sexta-feira, 13 de março de 2009

Desde a antiguidade que o número 13 tem sido considerado como um mau agoiro. Filipe da Macedónia, depois de ter juntado a sua estátua à dos Doze Deuses maiores, durante uma procissão, morreu assassinado pouco depois no teatro.
Na última refeição de Cristo com os apóstolos, a Última Ceia, os presentes eram treze. A Cabala enumerava 13 espíritos do mal. O 13º capítulo do Apocalipse é o do Anticristo e da Besta.
No entanto, o décimo terceiro num grupo aparece, também na antiguidade, como o mais poderoso e o mais sublime. É o que acontece com Zeus no cortejo dos doze deuses, no meio dos quais ele se senta ou caminha, como um décimo terceiro, segundo Platão e Ovídio, distinto dos outros pela sua superioridade. Ulisses, o décimo terceiro do seu grupo, escapa ao apetite devorador do Ciclope.
Na aritmo-simbologia de Allendy, este número representa um princípio de actividade 3 exercendo-se na unidade de um todo 10 que o contém e que, por conseguinte, o limita. Treze corresponderia a um sistema organizado e dinâmico, mas determinado e particular, e não universal; seria, de alguma forma, a chave de um conjunto parcial e relativo. Assim, R. Schwaller, interpreta-o como a força geradora, boa ou má. Pelos seus limites estáticos (o decenário estático) e dinâmicos (o ternário activo), o 13 marca uma evolução fatal em direcção à morte, em direcção à realização de um poder, dado que este é limitado: esforço periodicamente interrompido. De uma forma geral, o 13, como elemento excêntrico, marginal, errático, afasta-se da ordem e dos ritmos normais do universo: do ponto de vista cósmico, a iniciativa do 13 é antes de mais, má,porque a acção da criatura – não harmoniosa com a lei universal – só pode ser cega e insuficiente; serve para a evolução do indivíduo, mas agita a ordem do macrocosmos e perturba o repouso; é uma unidade que agita o equilíbrio das várias relações do mundo (12+1) (ALLS, 359).
Número sagrado fundamental na astronomia, no calendário e na teologia dos antigos mexicanos: os treze deuses e o deus treze no Popol-Vuh; o Sol no zénite e as doze estrelas; os doze deuses das chuvas, o primeiro, ou grande deus do céu*: a Décima terceira regressa… é ainda a primeira. E é sempre a única, ou o único momento. Pois tu és rainha, oh tu! A primeira ou última… (Gérard de Nerval). É neste sentido que é preciso interpretar a Morte, décimo terceiro arcano maior do Tarot: não significa um fim, mas sim um recomeço após a conclusão de um ciclo: 13 = 12 + 1.
Para os Astecas, é o número do próprio tempo, aquele que representa o fim da série temporal. É associado ao número 52, o século asteca (13 x 4), a ligação dos anos pela duração dos sóis. O primeiro e quarto sol, que duraram 676 anos cada um, são os mais perfeitos, dado que eles contêm apenas dois números: 13 x 52 = 676.
Treze dias é também a duração da semana asteca.
De uma forma geral, este número corresponde a um recomeço, com este matiz pejorativo de que se trata mais de refazer qualquer coisa do que de renascer. Representa, por exemplo, o perpétuo subir da montanha de Sísifo, ou o tonel, impossível de encher, das Danaides.

in Dicionário dos Símbolos

Sem comentários:

Enviar um comentário